terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Igreja só será Jovem quando o Jovem for Igreja

O título acima é o tema do XV Cor Jovem da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Boa Esperança. Nunca havia feito um Cor Jovem, somente o Cor Mirim quando era criança e recebi logo a grande missão de fazer parte da equipe de dirigentes, aqueles que coordenam os círculos e ficam em contato maior com os Coristas. Logo eu que sou um pouco tímido com pessoas desconhecidas, logo eu que não tinha conhecimento do clima que rodeia um Cor Jovem, mas fui assim mesmo, somente na graça e na fé que tudo daria certo. E deu!

Desde a preparação do Cor, os encontros antes do grande final de semana até a missa de entrega na sexta feira foram dias de discussões, ânimos exaltados as vezes, natural pois todos queriam que fosse um sucesso esse Cor, pois a muito o movimento não acontecia em Boa Esperança. E realmente foi um sucesso!

Tendo preparado tudo, tendo feito tudo, tendo pensado em tudo. Chega a sexta-feira, missa de entrega do Cor Jovem. A partir daquele momento não havia mais nada que pudesse ser feito. Tudo o que o José, o Padre Fabiano, o Vinícius, a Fábia, o Allan e tantos outros poderiam ter feito eles fizeram, só restava dizer como Maria disse ao anjo: "Eis-me aqui Senhor, Faça-se em mim segundo a tua vontade."

Eu particularmente sempre me considerei um cara tradicional dentro da igreja, sempre fascinaram as missas solenes, os cantos gregorianos, o rezar em latim e sempre tive uma visão talvez meio preconceituosa, talvez meio com medo sobre a renovação carismática, sempre disse aos mais próximos a mim: "Não tenho nada contra a renovação, pelo contrário, acho que eles contribuem muito para a igreja ser jovem, só acho que não é o meu estilo, não que eu não faria algo carismático se sentisse vontade, faria com o maior prazer, mas por enquanto não é meu estilo, não me atrai." Pois é... Atraiu.

A missa correu normalmente, até Padre Fabiano inventar uma adoração após a comunhão, pois é, acertou em cheio. Cada equipe foi chamada para perto do Santíssimo Sacramento, e lá, ajoelhados, todos rezavam e pediam pelo Cor. Conforme o padre ia passando com Jesus no meio do povo, parando de pessoa em pessoa, com o espírito lhe instruindo cada palavra que saia de sua boca. Ali senti meu coração sendo aberto a uma nova experiência. Não conseguia cantar a música que o ministério tocava, não conseguia falar com Deus, somente conseguia olhar para Jesus, ali na minha frente, chorar e chorar e entregar tudo à ele.

Veio o sábado, tudo correu normalmente e eu nem me liguei que na noite anterior Deus havia aberto minha mente e meu coração a uma nova etapa. Adoração com Padre Pedro Paulo, Seminaristas Luan e Leonan. Tudo correndo normal certo? Pois é, na normalidade de meus olhos Deus trabalhava meu coração novamente, em dado momento eis que os sintomas da noite anterior voltaram, não conseguia falar, chorava, chorava, e eu estava servindo, estava com o turíbulo! Não podia ter um troço ali, tinha que sair como o planejado, pois é, assim achava eu. O padre passou com Jesus no meio dos jovens e novamente me achei nesta condição.

Vem o domingo, já estava me estranhando, sentindo como se não fosse o mesmo de ontem, pois é... não era. Santa missa começou e eis que em um momento, me vi fazendo coisa que nunca fiz e nem sabia que seria capaz: Orar em línguas. Experiência nova e naquele momento percebi que Deus tinha mexido comigo na normalidade e mudou-me. Não que seja natural agora, mas sinto-me à vontade para fazer tal coisa novamente se assim me der vontade, coisa que não sentia antes.

E garanto, foi assim com muitos jovens que ali participavam do Cor e alguns quem sabe até de sua primeira missa. Em especial fica aqui a menção para um jovem. Não me recordo seu nome, conversamos pouco, mas sua história marcou. Durante o testemunho de Fabão ele foi convidado a abraçá-lo, tímido lá foi ele, abraçar Fabão que brincou: "Pode apertar, sem medo, eu não mordo!" Pois é... mordeu... por dentro. Mal sabíamos que aquele seria o primeiro abraço que aquele jovem recebera na vida, nem seu pai ou sua mãe tinham feito tal coisa. São coisas que marcam.

Deixo vocês agora com essa reflexão, esse exemplo, esse testemunho, essa vontade de ser igreja e ser jovem. Ambos os momentos que mexeram comigo foram desencadeados por uma música, uma simples música que eu já ouvira antes, mas quis Deus que naquele final de semana ela mexesse comigo. Fiquem à vontade para escutá-la e quem sabe, sentirem-se tocados como eu.


Sancte Joseph, Ora pro Norbis!
E neste dia 20, como coopadroeiro do Blog, São Bernardo de Claraval, Rogai por nós!

Nenhum comentário:

Postar um comentário